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NÃO ASSINO. NÃO QUERO FICAR PRESO

POSTADO POR: Roberto Capuano      EM: 07/11/2016
Compra e Venda Corretor de Imóveis Direito Imobiliário Mercado Imobiliário Negócios Imobiliários

Uma proposta verbal, não é proposta, é consulta.

O corretor e a empresa sabem que não conseguirão ir a fundo na negociação,com o proprietário, apresentando uma consulta transcrita sem assinatura.

O proprietário não leva muito a sério uma proposta que comprador recusou-se a assinar.
Seu primeiro pensamento vai para a insegurança do negócio.

A tratativa torna-se curta, o posicionamento final é superficial. Não vai aprofundar-se na discussão da operação, para ele, hipotética.

Quais os riscos de assinar uma proposta com validade de horas ou dias?
O risco é o proprietário concordar. Ótimo, se o cliente escolheu o imóvel e quer comprá-lo. Não há o que temer.

Se há indecisão, é melhor não propor. A diferença de negociação entre uma proposta verbal e uma assinada, independe do esforço do corretor, que será o mesmo. O entrave está na postura negocial do proprietário.

Se o corretor disser que o cliente é homem de palavra, inevitavelmente ouvirá do proprietário que quem tem palavra assina o que fala.

Se disser que o cliente prefere não ficar preso, e tem outros negócios em vista, é possível que ouça ser melhor esperar sua definição. Se não disser, provavelmente vai pensar.

Pode também considerar que o cliente incógnito, depois da consulta, irá procurá-lo diretamente. Vai censurar o procedimento, julgando-o erradamente.

Até hoje não vi vantagem em não assinar uma proposta. Ela deve ser bem feita, especificando claramente valores, datas, condições, obrigações, enfim, o que se deseja. Deve ter um prazo, findo o qual, estará automaticamente nula.

Mas já vi muitas negociações ruírem pela insegurança que a proposta verbal transmite.
O que vale também para uma contra-proposta verbal do vendedor que imprime idêntica sensação no comprador.

Muitas vezes a aquisição depende de procedimentos que devem ser feitos antes da conclusão do negócio, como resgate de títulos, empréstimos, ou outras providências.

Há um elenco de medidas protetoras para ambas as partes, prevenindo negociações inseguras, usualmente tomadas pelas empresas, com relação a parte documental. Inclusive o bloqueio, bem explicado em outro artigo deste site.

Acertar a parte comercial não quer dizer que o negócio está fechado integralmente.
A inexistência de um instrumento que garanta a ambas as partes demonstra apenas que a primeira fase da negociação não está segura o que dificulta a passagem para a fase seguinte, a conclusão do negócio.

Quando o corretor insiste na assinatura de uma proposta ou contra-proposta com prazo de validade e termos bem claros, ele não está tentando prender o cliente. Está buscando uma ferramenta para negociar melhor.

Em todas as empresas, propostas assinadas tem prioridade sobre as verbais, mesmo que melhores. A que não foi assinada pode não ser confirmada. Se o proprietário aceitar a proposta verbal e o proponente desistir, a negociação do cliente firme estará prejudicada.

Este critério existe há mais de 50 anos, ditado pela constatação prática do número de negócios fechados com propostas assinadas, muito superior aos dos realizados baseados em propostas verbais.

Repita-se. Assinada ou verbal, o corretor e a empresa darão o melhor de si para tentar fechar o negócio. O nível de dificuldade para negociar e que aumenta exponencialmente. Mesmo que afinal, haja sucesso, dificilmente conseguirão que o proprietário assine sua concordância ou contra proposta. Se o proponente não assinou, porque ele o fará? E o negócio continua inseguro até o fim.

O cliente corre o risco de perder um negócio que realmente quer, por uma cautela desnecessária. Até porque, se ocorrer algum fato comprovadamente impeditivo para qualquer das partes que acertaram a parte comercial, nenhuma empresa séria hesitará em liberar o cliente, avisando a outra, das razões, que inviabilizam ou desaconselham a conclusão da operação.

Se o cliente gostou de mais de um imóvel, o ideal é escolher o mais conveniente, e fazer uma proposta exigindo comprovação de resposta dentro do prazo estipulado. Uma proposta por vez.

Ao tentar fechar dois ou três negócios ao mesmo tempo para ver o que tem melhor contra-proposta, nenhuma refletirá a negociação que poderia ter sido realizada com mais eficácia. Corre o risco real de não comprar nenhum deles.

 

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